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Paulo Sampaio

Duelo: uma mulher defende o casamento tradicional, a outra, o aberto

Paulo Sampaio

14/07/2019 04h40

Tuy e Ana Carolina: casamento liberal x tradicional (Foto: Iwi Onodera/UOL)

São duas perspectivas completamente diferentes de um casamento. A cabeleireira Ana Carolina Rodrigues, 32, apelido Carol, é casada há 17 anos, tem dois filhos, diz que nunca traiu nem foi traída, e garante que o relacionamento sexual com o marido só melhora. "E olha que eu só conheci um pênis na vida", diz. Para Carol, o defeito de seu marido é ser perfeito: "Ele faz crochê, cozinha, cuida das crianças e ainda me dá muito prazer na cama."

Já a youtuber Tuy, 26, casada há seis anos, sem filhos, chegou a ter um segundo marido, sem nunca ter se separado do primeiro. Tuy diz amar profundamente sua "alma gêmea", a ponto de liberá-lo para transar com outro homem ou outra mulher — desde que ela esteja junto. Os dois já integraram um trisal (casal de três) com um homem que era monogâmico: "Essa foi a principal treta. Ele sentia ciúme se a gente ficasse com mais um", conta Tuy, que criou o canal "Sensualise Moi".

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O blog juntou as duas mulheres em um debate, para que elas pudessem tirar suas dúvidas a respeito da experiência da outra. Abaixo, os principais trechos da conversa.

Carol — Seu relacionamento é aberto só no sexo, ou no amor também? Se um dos dois se apaixona, como faz?

Tuy — A gente é liberal. Embora eu e o Biel conversemos sobre ficar com outras pessoas separadamente, nós temos um acordo que é: nada pode ser maior que a relação inicial. Então, se eu me apaixono por um, e ele, não, a gente se afasta desse terceiro. Até abrimos pra beijo, em baladas, mas nossa vibe é estar juntos.

Carol — Quando vocês decidiram que viveriam um casamento liberal?

Tuy — Na primeira semana. Só que aí, fomos a uma balada juntos e beijamos todo mundo. Então, precisamos sentar, conversar e refazer as regras. A diferença é que, no seu relacionamento, as regras já existem. No nosso, precisam ser definidas ainda. Não existe um relacionamento liberal padrão.

Carol — Sim, as regras no meu casamento são claras. Uma mensagem de WhatsApp eu já considero traição. Não vou perdoar. Porque eu tenho o mundo pra viajar, conhecer, então, se é pra liberar, eu não quero ficar presa para ser traída.

Tuy — Já aconteceu algo perto disso (msg de whapp)?

Carol — Sim, tanto da minha como da dele. Mas no início do relacionamento, a gente era muito jovem. Hoje, isso não me abala.

Tuy — Que tipo de conversa não te abala?

Carol — Assim, se uma mulher que eu não conheço o aborda no insta: "Oi, tudo bem?" Já aconteceu..

Tuy — Mas você entra no Instagram do seu marido?

Carol — Às vezes eu tô com o celular dele, toca o sinal do insta, eu vejo quem é. Mas eu não me importo, porque quem está com o Patrick sou eu.

Tuy — Você está com ele há 17 anos, desde os 16. Acha que perdeu a parte de sair, ir para a balada, tomar porres..?

Carol — Nunca gostei de balada. Balada pra mim é um show, um cinema, um barzinho, mas com ele junto. Talvez, se eu tivesse casado com uma pessoa bem mais velha, acharia que perdi a parte que ele viveu. Mas eu e o Patrick amadurecemos juntos.

Tuy — Você tem ciúme quando ele olha para alguém na rua?

Carol — Já tive muito. Hoje, não.

Tuy — O tesão é o mesmo do início?

Carol — Não, melhorou. E, por incrível que pareça, melhora cada vez mais. Depois da minha filha, que tem 10 anos, eu sou outra pessoa. Eu engravidei pela primeira vez seis anos depois que nós nos casamos. Depois do meu filho, mais ainda.

Tuy — Mas vocês transam do mesmo jeito há 17 anos?

Carol — Eu sempre gostei de inovar, realizar as fantasias dele. E também transar em lugares diferentes. Nós somos um casal convencional, mas eu gosto dessa brincadeira. E eu acho que isso é que alimenta o casamento. Outra coisa, a gente continua tendo a nossa vida. Eu deixei meu filho com um ano e quatro meses com a minha mãe, para ir para o Rio com ele. Eu faço encontro de casais uma vez por ano, que é uma injeção de ânimo.

Tuy — Já surgiu a proposta de sexo a três?

Carol — Nunca, graças a Deus. Eu não consigo me ver nessa situação. Quando meu pai morreu, minha irmã caçula tinha meses, mas minha mãe nunca mais namorou. Ela não quis colocar um homem estranho dentro de casa, entende? Não cresci com figura paterna, talvez por isso tenha casado cedo, para constituir uma família "completa". E você: se um dia você tiver um filho, vai contar pra ele o tipo de relacionamento que tem com seu marido, ou vai deixar que ele saiba por si?

Tuy — A criança vai perguntar em algum momento, surge a curiosidade, e eu vou responder. Adaptando de uma forma que ela possa entender. Eu sou  formada em educação sexual, então conheço bem esse jogo da criança. Quando ela pergunta: 'O que é virgem?' porque ela leu extra virgem no azeite, você responde de uma forma lúdica.

Carol — Você pretende ter filhos?

Tuy — Não. Eu vivi um trisal (casamento de três) em que a pessoa que chegou queria muito ter filhos. Até pensei no assunto, mas quando ele foi embora, um ano depois, a vontade foi junto. De qualquer forma, desde criança, eu nunca gostei de brincar de mamãe.

Carol — Vocês têm relações com mulheres?

Tuy — Menos do que com homem, porque a mulher é mais apegada. Eu e meu marido somos muito carinhosos. Com os amigos e namorados. A gente gosta de dar café da manhã, vai junto para os lugares, os homens entendem que é um rolê. As mulheres já acham que tem um relacionamento. Umas fogem, outras se apegam demais. Eu digo: 'Mas a gente está só indo tomar um café…"

Carol — Esses encontros acontecem onde?

Tuy — Em casa. Mas ele mora sozinho desde os 15 anos. Primeira vez que aconteceu foi em um motel. Um cara do Rio que veio para ficar comigo.

Carol — Foi um encontro às escuras?

Tuy  Não exatamente. Eu já o conhecia há algum tempo. Era para eu ficar com ele e a namorada. Aí, ele terminou com ela, e disse: 'Eu experimento com vocês dois.' E rolou. Eu não curto o sexo pelo sexo, tipo "Vamos só transar". Eu gosto de ter uma conversa antes.

Carol — Então você não curte "swing"?

Tuy —  Não. Eu pareço muito liberal, mas tem coisa que eu não faço de jeito nenhum. Troca de casal, por exemplo. O Biel come a mulher, eu dou pro cara. Vira sexo tradicional, duas pessoas se comendo. E sem sequer uma conversa antes.

Carol — O que acontece a terceira pessoa se interessar mais por você, ou pelo seu marido?

Tuy — Quando o trisal já está formado, e tem sentimento, a gente sabe que é normal acontecer isso. Às vezes vai gostar mais de um, ou de outro, e está tudo conversado. Mas quando nós estamos saindo com uma pessoa e percebemos que ela tem mais interesse em um do que em outro, a gente corta. Não vale a pena colocar o relacionamento em risco.

Carol — E como é quando vocês não estão bem um com o outro?

Tuy — Não rola. A gente arruma a casa para receber visita.

Carol — O fato de ter relação com tanta gente não banaliza o sexo quando estão só vocês dois?

Tuy — Nós temos nossos momentos.

Carol — Vocês não ficam ansiosos por estar sempre tentando arrumar mais um?

Tuy — A gente é muito fora da curva em relação aos casais que ficam com outras pessoas. A gente deixa tudo acontecer. Já ficamos dois meses sem transar.

Carol — Nossa, eu e meu marido transamos três vezes por semana, no mínimo!

Tuy — As pessoas já sabem que a gente fica com outros. Então, sempre vem alguém meio que se oferecer…Por causa do canal (880 mil seguidores)

Carol — Vocês ficam com qualquer um, ou tem um filtro?

Tuy — Não é assim. Tem que rolar química. Não é físico, não julgamos por aí. A gente brinca que tem de render 12 horas no motel. A gente não vai transar 12 horas. Tem de ter um papo além da transa.

Carol — Existe uma fila de espera (risos)?

Tuy — Deveria. A gente recebe DMs no Instagram com nudes e mensagens tipo "oi, quero transar com vocês". Mas nem eu nem ele gostamos disso. Tem quem ache que a gente criou o canal (Sensualise Moi, de dicas sexuais) para atrair gente para sexo.

Carol — Eu ia perguntar: isso não é fake, para ganhar likes e dinheiro?

Tuy — (risos) A gente está "fake" desde 2012, quando o canal não dava nem um tostão. Inclusive, quando o nosso trisal foi noticiado, eu vivi um inferno. Se pudesse voltar atrás, eu não teria dado aquela entrevista. Todo mundo achou que era marketing. As pessoas só acreditaram que não era no vídeo do término, em que eu estava chorando muito. Tinha três meses que a gente estava se separando. As pessoas viram que eu estava sofrendo de verdade.

Carol —  Como que você foi por esse caminho?

Tuy — Bom, eu sou filha única, desde criança nunca quis me casar e, quando eu comecei a entender o que era sexo, falava para a minha avó, que é muito católica e hoje tem 74 anos, que não ia casar virgem. Isso já era um desgosto. Com 11 anos, eu comecei a ouvir rock, em uma família que só ouvia sertanejo. Outro desgosto. Eu me vestia de preto, era gótica. Com 15, 16 anos, comecei a ficar com muitas pessoas. Eu odeio ficar com alguém no meio da rua. Levava pra casa. Até um dia em que eu fiquei com uma cara, e em menos de uma semana, com outro. Aí minha mãe surtou. Foi uma briga, mas ela começou entender.

Carol — Você já era bissexual?

Tuy — Era, mas minha mãe só foi saber com 24 anos. Porque as meninas ela deixava dormir no meu quarto, achando que não ia acontecer nada.

Carol — Com quantos anos você perdeu a virgindade?

Tuy — Com 18 anos, na Paraíba. Eu conheci o cara aqui, mas ele foi pra lá, eu fui atrás.

Carol — Sério? Eu perdi com 17. Você não se cansa de falar o tempo todo do mesmo assunto?

Tuy — Quando o canal estourou, a gente saiu em todos os lugares, na TV, em programas de sexo, recebia caixas de pirocas em casa. Minha mãe quase teve um troço, achou que eu tinha virado puta. O auge foi o trisal. Eu tinha me assumido bissexual dois meses antes. Ela me mandou embora de casa, eu fui. Depois, ela foi me buscar, eu atendi a porta de calcinha, perguntei se ela já estava em condições de entender o trisal. Ela disse "em casa a gente  conversa", eu disse "não, melhor falar aqui logo, mais fácil; se você não estiver disposta a entender, eu nem volto".

Tuy: "Já surgiu proposta de sexo a três com vocês?" Carol: "Nunca, graças Deus!" (Foto: Iwi Onodera/UOL)

Carol — Até que ponto você faz um estilo "eterna rebelde" para chocar sua mãe?

Tuy — É que eu nunca fui diferente, desde criança. Eu traía todos os meus namorados na adolescência, fazia uma porção de gente sofrer, até que um dia decidi que não namoraria mais, só ficaria.

Carol — Você já ficou grávida?

Tuy — Nunca.

Carol — Não tem medo de doença sexualmente transmissível?

Tuy — Não, porque eu me cuido. Eu trabalho com prevenção, tenho muito conhecimento disso.

Carol — Seu marido usa camisinha? E dos terceiros, vocês exigem preservativo?

Tuy — A não ser que a gente faça exames com a pessoa.

Carol — Mas tem a janela imunológica (período de 30 dias que antecede a produção de anticorpos do vírus HIV no organismo)?

Tuy — Sim, mas a gente espera.

Carol — Seu marido usa camisinha quando transa com você?

Tuy — Agora passou a usar, porque a gente não quer mesmo ter filho. Em relação a Aids e outras doenças, a gente faz exames junto, e só fica junto.

Carol —Você não tem receio de ele ter uma relação sem que você saiba?

Tuy — A gente conversa muito, eu confio 100% nele.

Carol — Eu não confio no meu. Só quando está comigo. Ele não gosta de usar (camisinha), eu tirei o diu, a gente tem usado porque eu não quero engravidar de novo. E não me dou bem com pílula.

Tuy — A pílula me castra. Passei quatro anos achando que eu tinha problemas psicológicos, minha libido baixou. Parei, o desejo voltou 100%.

Carol –– Uma semana sem, eu subi pelas paredes. Uma curiosidade: e quando um só está com vontade de transar?

Tuy — A gente não transa. Respeita a muito a vontade do outro.

Carol — E se você se interessa muito por alguém que ele não tem atração, ou vice-versa?

Tuy — Tudo é conversado. Nós temos amigos héteros, que não transam comigo e com ele. Então, a gente negocia. Já cheguei a sair com um, mas não fiquei.

Carol — Vocês já converteram heterossexuais em gays?

Tuy — Muitos, a maioria que fica com a gente se diz hétero. Alguns, depois, se assumem gays.

Carol —  Você pretende levar essa vida pra sempre, ou pensa em parar um dia?

Tuy — Eu não vejo nem como parar, porque não encaro como uma prática, mas como a minha essência. Como parar de ser eu mesma?

Carol — Não é toda mulher que acha bonito ver dois homens transando. Algumas se sentiriam até excluídas…

Tuy — Eu sempre gostei, desde criança. É uma fantasia.

Carol –Você tem fetiche?

Tuy — Descobri que tenho um que os americanos chamam de ballbusting, ou CBT (cock ball torture), que é chutar o saco dos homens. Alguma coisa do universo SM (sadomasoquismo) também me atrai.

Carol — Nossa, um dia o Patrick me deu um tapa na bunda, broxei na hora.

Tuy — Tapa eu não gosto, mas cera de vela quente no corpo, sim.

Carol — Vocês tomam algum aditivo nesses encontros?

Tuy — A gente bebe, fuma maconha, mas não obrigatoriamente. E come alguma coisa.

Carol — Você é livre a ponto de se permitir viver um casamento tradicional?

Tuy — Eu sou bem aberta em relação ao futuro. Mas eu não me vejo casada assim.

Carol — Como você reagiria se seus filhos fossem gays: meu marido outro dia chegou da rua e disse: 'Ai, amor, você não sabe. Eu vi dois homens barbudos se beijando. Ai, me deu um negócio.' Eu disse, "amor, não pensa assim, respira; é o mundo que a gente está vivendo hoje, nós temos filhos".

Tuy — Mas isso seria um problema?

Carol — Eu não quero isso para os meus filhos.

Tuy — Você acha errado ou tem medo da sociedade?

Carol — Eu sou evangélica. Então, isso é errado. Eu quero que os meus filhos sigam o que a minha mãe ensinou. Mas se meu filho chegar pra mim e disser: 'Mãe, eu sou', eu jamais vou abandonar, apedrejar, de forma alguma. Vou expor o que ele vai passar, os preconceitos, mas nunca vou deixar de ser a mãe dele..

Tuy — E se ele se relacionar com duas pessoas?

Carol — Eu dei a vida pra ele, ele vai fazer da vida o que ele quiser. Porém, eu estou educando pelo caminho que eu acho certo. Posso não aceitar, mas vou respeitar.

Tuy — É muito o que a minha família fala. Minha mãe não é religiosa, mas tem a cabeça de quem nasceu em 1940. Nunca te passou pela cabeça ficar com uma mulher?

Carol — Eu vejo até em redes sociais isso. Até me passa pela cabeça, mas eu não vou abrir mão do negocinho (pênis), que é a parte que eu mais gosto.

Tuy — E se fosse uma mulher trans?

Carol — Nossa, nem pensar. Não entendo. O caso do Thammy (homem trans), por exemplo. A mulher dele gosta de mulher, e casa com uma que se transformou em homem. Então, casasse logo com um homem.

Tuy — E homem com homem?

Carol — Não me causa tanto estranhamento. Não sei se é porque eu sou meio travesti, não me incomoda ver um homem montado, sabe? Um cara com um cílio postiço eu curto. Agora, mulher com cabelo raspado, andando como um homem, eu fico olhando. Gente! Duas mulheres femininas, juntas, aí eu acho até legal.

Tuy — Existe algo que, por um momento, leve você a querer desistir do casamento?

Carol — Eu já me fiz essa pergunta. Não tem.

Tuya — Você é muito assediada por outros homens?

Carol — Sim. Não é por falta de gente me paquerando que eu não deixo meu casamento. Em festas, os caras do nosso convívio vêm, dão aquela arroxada, aquele cheiro no cangote, você fala: 'Oi?' Eu já quero correr para os braços do Patrick e dizer "Não, meu lugar é aqui".

Tuy — Se você sentisse vontade, você deixaria o relacionamento?

Carol — Fugiria. O único combinado que eu tenho com ele é: se eu me apaixonar por alguém, eu vou te falar. Não vou entrar de cabeça e continuar. Teve um momento em que eu me vi balançada, preferi chegar e dizer. Ficamos seis meses separados. Em compensação, ele fez comigo, sem dizer. Eu descobri. Bem coisa de homem mesmo.

Tuy — Como você descobriu? E como você sabe que não vai acontecer de novo?

Carol — Eu descobri no celular. Ele me ligou de um bar, disse que estava no carro, e  esqueceu de finalizar a ligação. Aí, eu ouvi a conversa dele com a menina. Minha mãe já tinha me falado, minha irmã. Foi antes de a gente se casar, um affairzinho.

Tuy — E você conseguiu confiar nele depois disso?

Carol — Eu penso assim. Como foi bom eu permitir o perdão. E continuar com ele, ter tido meus filhos. Eu não me arrependo de ter perdoado. Errar é humano. Eu o amava, por isso o perdoei. Mas depois, eu também fiquei com uma pessoa.

Tuy — Para se vingar?

Carol — Na verdade, eu pensei em me vigar no início. Mas quando eu vi que a coisa ia acontecer para valer, eu pensei que não estava fazendo aquilo para machucar ele, mas a mim. E não fiz. Houve uma conversa: vamos casar, constituir família e estamos aqui até hoje.

Tuy — Hoje, você perdoaria?

Carol — Não. Por tudo que a gente passou, pelos filhos que a gente tem..Não que ele me proporcione bens materiais. Ele não me dá nada de extraordinário.

Tuy — Já houve caso de milionário que se apaixonasse por você?

Carol — Não. E olha que eu gosto de luxo.

Tuy — Você acha que, se não fosse esse marido "perfeito", você estaria com outro?

Carol — Se eu me separar hoje, não passa seis meses sem que eu me case de novo. Eu gosto daquela coisinha chegar em casa, deitar, ter um companheiro. Nesse frio, você não sabe a falta que faz.

Tuy — Eu vou te dizer que, no frio, ter duas pessoas é muito mais legal. Dormir no meio é tão quentinho.

Carol — Vocês fazem todo tipo de sexo: oral, anal..

Tuy — Eu não sou muito fã de anal, mas faço.

Carol — A terceira pessoa tem de fazer de tudo?

Tuy — Não, a gente respeita muito a individualidade de cada um. Tem gente que fica tenso. O pior pra gente é casal do Tinder, que quer transar de saída. Nós queremos sair, tomar uma breja, ver o que rola. O problema é gente que fica nesse desespero de "vamos transar, vamos transar", isso acaba levando as pessoas que se interessam por casais a ter medo. Por conta de casais imbecis, que tratam o terceiro como objeto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.