Morre no Rio aos 66 chacrete Sandra Mattera
Morreu ontem às 9h40 no Rio de Janeiro a chacrete Sandra Mattera, que foi dançarina e ajudante de palco no programa de Abelardo Barbosa (1917-1988), o Chacrinha, entre 1968 e 1973. Segundo o administrador Paulo Mesquita, que trabalha com a família dela há mais de 20 anos, Sandra estava muito gripada e se queixou de falta de ar na noite de anteontem. "Ela falou para eu não me preocupar, disse que provavelmente era porque tinha misturado medicamentos", afirma o administrador.
De madrugada, seu estado piorou e Mesquita foi para a casa dela "às pressas". "O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) já estava lá, e a levaram para (hospital municipal) Miguel Couto (na Gávea, zona sul)", conta. "Enquanto eu providenciava sua transferência para o (hospital) São Lucas (em Copacabana), avisaram que ela havia sofrido uma parada cardíaca e não resistiu."
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Até a manhã de hoje, o corpo de Sandra ainda não estava sendo velado. De acordo com Mesquita, foi transportado na noite de ontem para o IML, onde se fará a autopsia para saber a causa da morte. Assim que liberado, segue para o Cemitério da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério do Catumbi, onde os corpos dos pais da chacrete foram enterrados.
Em sua última entrevista, feita pelo blog e publicada na quarta-feira, 24, Sandra se queixava de não ter sido convidada para participar do desfile da escola carioca Acadêmicos do Grande Rio, que este ano tem como enredo "Vai para o Trono ou Não Vai?", frase celebrizada por Chacrinha no programa de calouros.
Na entrevista, ela atacou a escola e também a colega Rita Cadillac, que sairá como destaque no desfile. Rita, que pensava em processar Sandra, soube da morte dela pelo blog: "Não acredito!", reagiu, pensando que fosse uma "pegadinha". Em seguida, lamentou muito. "Por mais mal que ela tenha me feito, por mais mágoa que tenha deixado, é uma perda, uma vida, um ser humano. Que papai do céu a abençoe."
Primeira leva
Sandra Mattera, que estava com 66 anos, fez parte da "primeira leva de chacretes". Ela entrou no programa com 17 anos e ficou até os 22, quando um dos filhos do apresentador, Jorge, teria passado "uma cantada" nela. "Eu era da linha de frente, onde ficavam as mais bonitas, e depois passei a ser ajudante de palco; entregava o microfone para os artistas. O Jorge até era meu amigo. Mas aí resolveu que queria ficar comigo, e disse que se eu não aceitasse, iria de castigo lá para cima (nas fileiras de trás)", contou ao blog, na entrevista. "Eu disse que não ia ficar com ele, nem iria para trás. Passei no camarim, peguei minha bolsa e fui-me embora."
Segundo Mattera, logo em seguida a direção da Globo a chamou para trabalhar na linha de shows, e ela ficou na emissora até 1977, quando se casou com o baterista de Roberto Carlos, Norival d'Ângelo. Teve dois filhos com ele, hoje com 38 e 36 anos, mas era separada há mais de 30.
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