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Paulo Sampaio

Socialite celebra com cem pessoas título de líder dos jovens patronos do Masp

Paulo Sampaio

27/04/2017 04h00

Geysi Diniz, Titiza Nogueira, Sofia Derani e Juliana Sá, no hall do apartamento da anfitriã (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

Com um jantar para cem pessoas na terça-feira, a empresária Sofia Derani comemorou o título de líder dos jovens patronos do Museu de Arte de São Paulo (Masp), outorgado a ela no começo do ano. Sofia, 24, recebeu os amigos no apartamento de cerca de 300 metros quadrados onde mora sozinha, nos Jardins, zona oeste de São Paulo: "Sozinha, não", ela corrige. "Tenho três scottish terrier!" A anfitriã já havia sido embaixadora do baile de gala do Masp em novembro do ano passado.

De acordo com a diretora do museu, Juliana Sá,  38, a ideia é engajar os jovens para que eles continuem a história do Masp quando os 80 conselheiros atuais, quase todos com mais de 40 anos, "estiverem cansados". "Passamos por um processo revolucionário, nova diretoria, novo conselho, mas isso foi só o início. A gente tem de olhar para daqui a 50 anos."

A patronesse Titiza Nogueira, que fez o convite a Sofia, diz que o que se pretende é "uma ação cultural perene": "A gente quer que o mosquitinho da arte pique esses jovens e os contamine." Sofia foi escolhida como líder pela ampla rede de relacionamento que cultiva entre a juventude bem-nascida da cidade. Ela funcionará como influenciadora cultural.

Muito simpática, ela atravessa a festa a passos rápidos, fazendo festa a todos com sua voz de garotinha. Para onde quer que se olhe, na sala, há obras assinadas.  Os convidados a abraçam alegremente, numa mútua demonstração de afeto. A avó de Sofia, Vera Salém, comenta orgulhosa: "Minhas netas (Sofia e a irmã, Eduarda) nasceram em um meio muito rico, conhecem Deus e o mundo, eu tinha receio que elas ficassem só nisso. Na vida, você precisa ter um trabalho, uma ambição."  Vera agora respira aliviada, já que as duas estão longe de padecer de falta de trabalho ou ambição. Antes de ser líder cultural, Sofia administra com a irmã sua própria linha de cosméticos para cabelos.

Patrono, de acordo com o dicionário Michaelis, é um "indivíduo notável que defende uma causa, uma entidade, uma pessoa".

Mulheres Ricas

Os convidados parecem mesmo dispostos a deixar que o mosquitinho os pique. A administradora de empresas Jessica Sayeg, 25, diz que se sentiu "superlisonjeada" com o convite de Sofia para o jantar. "Passei a vida lidando com negócios, então arte é algo que eu não domino, mas vou amar entrar nesse projeto… Não vai colocar aí que eu sou ignorante! Acho o Masp o máximo!"

Muito divertida, Jessica tem a quem puxar. Ela é filha da joalheira Lydia Sayeg, que participou do reality show "Mulheres Ricas" ao lado de Narcisa Tamborindeguy, Val Marchiori e Brunete Fraccaroli. Todas muito arteiras.

Jessica Sayeg, filha da "mulher rica" Lydia Sayeg, e Julia Zangrandi, que está no reality "Power Couple" com o marido, "Ieié, do 'Pânico"'; a bolsa em formato de telefone, no canto esquerdo do sofá, pertence à universitária Marilia Zurita, 21, mais uma jovem disposta a se engajar com arte: ela explicou que é possível falar no aparelho acoplado à bolsa, conectando o plugue da extremidade da alça no celular (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

Power Couple

Ao lado de Jessica está a publicitária Julia Zangrandi, 30, outra figura mais associada a reality shows do que a museus – mas também disposta a aprofundar seus conhecimentos sobre arte. Ela participa de "Power Couple", programa em que oito casais enfrentam desafios extremos nos quais revelam até que ponto realmente se conhecem. A cada semana, um casal é eliminado. Ao fim, o "couple" vencedor pode ganhar até R$ 1 milhão.

Para Julia, que participa do reality com o marido ("o Ieié do 'Pânico"") está sendo "uma experiência única": "Onde, na vida, você vai enfrentar uma prova a 30 metros de altura, em rede nacional, valendo dinheiro? Onde? É história de vida, para contar para os filhos depois!"

A propósito da "ação de cultura perene" no Masp, ela afirma que está bastante interessada em se engajar. "Não entendo muito de arte, mas quero participar. Vim para apoiar a Sofia nessa nova etapa, nesse novo caminho", diz ela, alisando o rabo-de-cavalo loiro.

Curso na França

Em outro jogo de sofás está Alexandre Taleb, 45, um primo de Sofia que se apresenta como "blogueiro da 'Caras"'. "Escrevo sobre lifestyle. Quando as pessoas falam em blogueiro, logo pensam em alguém que vai lá, tira uma fotinho e posta. Não! Eu dou aula de consultoria de imagem na Faap e na GV (Fundação Getúlio Vargas). Na GV de Curitiba. Vou a cada cinco meses. E faço palestra em Nova York!"  Vestindo um terno justo cinza, paletó curto, calça também, meia colorida, Taleb continua: "Dou um curso na França!" Ele esclarece que a palestra e o curso são anuais.

Sofia posa em selfie com o primo Alexandre Taleb, "blogueiro da Caras" (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

Não é dinheiro

Ali perto está o cantor Reinaldo Kherlakian, famoso também por ser proprietário da Galeria Pajé, no centro de São Paulo, e por ter um minizoológico em casa. Cria uma zebra, 15 minicavalos e um tigre chamado Sultão. Ele diz, com expressão de curiosidade, que não entendeu direito o intuito da festa: "É para angariar fundos?"  A pergunta faz sentido, uma vez que Sofia cresceu em um "meio rico". Mas Titiza Nogueira explica que "não é preciso doar nada". "Se visitar o museu, já está valendo."

Kherlakian fala da nova Pajé, que inaugurou no Brás, zona leste, e conta que sua intenção é trazer os camelôs das ruas para dentro do shopping.  Os bolivianos? Sua expressão torna-se austera: "Não, o pessoal que faz comércio na calçada."

O cantor Reinaldo Kherlakian, dono da Galeria Pajé, e a mulher, Adele Zarzur (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

O cantor convida para seu próximo show, dia 10, na Hípica Paulista. Em seu site, Kherlakian afirma que subir ao palco é como voar. "São atos de coragem", acredita ele, que pilota o próprio helicóptero. Segundo já afirmou, ele almeja ser o próximo Cauby Peixoto. Está indo na direção certa. Em suas apresentações, surge maquiado, vestindo paletós coruscantes e sapatos cravejados de diamantes negros. O show não vai ser no museu (por enquanto), mas não deixa de ser arte.

 

 

Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.