Jovens socialites comemoram o Dia da Árvore com ioga em praça nobre de SP
Um grupo de 12 moças bem nascidas, bem magras, bem maquiadas e com agenda disponível em uma quinta-feira às 10h da manhã se reuniu ontem na praça San Martin, no nobre Jardim América, zona oeste de São Paulo, para fazer ioga em homenagem ao Dia da Árvore. A ideia, segundo a empresária Carol Santis, dona do studio que promoveu o evento, era "proporcionar um momento gostoso". "Eu e meu marido éramos do mundo corporativo e largamos tudo para fazer um sabático. Demos a volta ao mundo e, quando estávamos em Bali, decidimos abrir um espaço para oferecer paz para as pessoas." O nome do espaço é Jiwa, ou "almas" em balinês.
As alegres participantes chegam animadíssimas, prontas para a aula. O tema é "consciência com a natureza": "Nossa, amiga, adorei os óculos!""É Livo, amiga, compra!""Amei essa legging." "Linda né, miga?" Entre outras, frequentaram o evento Fernanda Perlaky (a da legging linda) Stephanie Kopenhagen e Gabriela Krope. Stella Jacintho coloca sua bolsa vermelha matelassada Lanvin em cima de um banco da praça e diz que ainda vai malhar três vezes até o fim do dia. Além da aula do Dia da Árvore, ela fará o treino normal, de todos os dias, e "pilates com eletrodo". "Amiga fitness!", diz Gi Saback.
Cada convidada recebeu uma sacola da grife Memo, que também convidava para o evento, com uma camiseta. "Ai amiga, tô na dúvida se eu pego preta, por causa do calor.""Pega off white, amiga! Com esse corpo, você pode!" A dona da grife, Patrícia Birman, explica que Memo quer dizer "meu momento em movimento". "A gente faz uma roupa fashion fitness", diz ela. "At leisure".
Em uma mesinha instalada à sombra da maior árvore da praça, uma terceira marca, a Urban Remedy (de "alimentação consciente e responsável"), oferece shots à base de frutas, verduras, raízes e sementes. Os sabores mais apreciados são Coco Chianel (água de coco, clorofila, semente de chia e fava de baunilha) e o After Party (beterraba, cenoura, maçã, gengibre e limão).
"Nossa amiga!! Tá bem, hein?, escolhendo o mais gordinho…", diz Fernanda Perlaky a Stephanie Kopenhagen, que pegou o shot de açaí, abacaxi, mirtilo, framboesa e couve.
Ali perto, a editora do "site da Lelê", Mai Dornelles, faz registros com sua câmara. Lelê? "É", diz Mai "Sabe, a Lelê Sadi?"
A produção estendeu na grama da praça 28 tapetinhos ultrafinos de borracha (mat), nas cores lilás e branco, com toalhinhas enroladas e um frasquinho de óleo essencial de Bali. "Em condições normais, o mat de uma aluna é só dela. É no tapetinho que fica a energia, o suor, a essência da pessoa!", explica Carol Santis.
A aula começa por volta das 10h, meia hora depois do marcado, mas ninguém reclama. Aparentemente, as alunas estão com tempo. A professora Natalia Solon as orienta a conectar a natureza externa com a interna, "que é o divino". Pelo menos três alunas mantém os óculos de sol durante a prática. "Tem dia que a gente está meio aérea, precisando de sustentação. Pense em uma palavra, ou uma frase, e repita três vezes, como se fosse teu mantra…", orienta Natalia.
Uma pomba vira-lata sobrevoa o grupo na hora em que Patrícia Birman chega, faltando aproximadamente 10 minutos para o fim da aula. Ela comenta: "Nossa uma pomba branca, gente! É paz!"
E a professora: "Eleva os braços e saúda a terra! Obrigado pela energia de vocês!"
Todos: palmas.
Sem pressa, as jovens socialites se levantam, calçam seus tênis de corrida e checam os celulares. A fotógrafa do evento pede que elas se enfileirem para o registro do momento. Pedem que elas posem embaixo de uma árvore. "Vamos fazer bumerangue, gente!", grita uma. "Bumerangue é a coisa mais engraçada da vidaaaa!" De lado, todas levantam e abaixam o joelho da perna esquerda, sincronicamente, e a fotógrafa aciona a ferramenta que faz o movimento se repetir infinitamente.
Muito leves, elas começam a se despedir por volta das 11h. Stephanie Kopenhagen comenta um pouco angustiada que às 14h precisa estar no Laces (salão de cabeleireiro).
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