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Paulo Sampaio

Homens contam como surgiu seu interesse pelo pênis artificial

Paulo Sampaio

20/04/2018 16h49

Três homens heterossexuais que mantém relações com mulheres contam como surgiu o interesse deles pela cinta peniana. O empresário mineiro Marcos, 43 anos, diz que sempre teve prazer "atrás", mas a gravidez de risco de sua mulher (e a impossibilidade dela de fazer sexo) precipitou a compra do acessório. Segundo ele, ela própria teve a iniciativa de começar as carícias em seu ânus.

O servidor público paulista Gustavo, 42, casado e pai de duas filhas, afirma que já havia tido relações sexuais com travestis, quando resolveu comprar a cinta. Diz que sua a mulher, a princípio, ficou constrangida, mas com o tempo embarcou nas experiências dele. Hoje, os dois usam outros acessórios, frequentam festas de troca de casais e transam com pessoas de ambos os sexos.

Embora tenha tentado se adaptar a cinta peniana, o aposentado Adalberto, 60, prefere ser penetrado pela mão (inteira) de sua parceira, ou por um pênis "real" — quando a dupla está transando a três ou com outros casais. Veja os depoimentos abaixo.

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"Sempre senti prazer no ânus, mas nunca me imaginei usando uma cinta peniana. Algumas circunstâncias, como a gravidez de risco da minha mulher (e a impossibilidade dela de fazer sexo), me levaram a comprar uma. Sempre gostei de estímulo no ânus. A cinta foi uma boa descoberta. Atualmente, tanto eu como ela aguentamos um pênis de 25cm por 8cm de diâmetro. O sexo evoluiu muito desde então. Hoje, eu transo com homens e mulheres, e minha mulher, idem. Gosto de vê-la transando. Sempre usamos preservativo, e eu fico de olho para que ela, num momento de muito tesão, não deixe que um parceiro que já penetrou outra mulher ou homem a penetre sem trocar a camisinha. Frequentamos surubas em chácaras e sítios. Apesar de usarmos vários acessórios, não somos adeptos do sadomasoquismo. Hoje, quando transo com homens, prefiro ser penetrado. O efeito, digamos, colateral de toda essa variedade, é que a gente já não sente mais prazer em uma transa tradicional, feita apenas com nossos próprios recursos." (Marcos, 43, empresário, Belo Horizonte)

"Antes de comprar a cinta peniana, tive relações com travestis. Contei aos poucos para minha mulher, ela ficou meio constrangida a princípio, mas depois se acostumou com a ideia e hoje me acompanha nas mais diversas experiências. Pelo menos uma vez por mês, eu e ela vamos a uma festa organizada por um casal em uma chácara aqui na região. Esse casal é de Taubaté, onde fica a chácara, mas vem gente de diversas cidades aqui do Vale (do Paraíba). A festa começa 22h e termina por volta das 5h; em geral vão entre 40 e 50 casais. Cada um paga R$ 60. A maioria das vezes são os mesmos, mas de vez em quando aparecem uns novatos para saber o que acontece e ver se gostariam de participar. Na casa, além das cabines fechadas e com glory hole (orifícios para a introdução do pênis, de forma que o parceiro possa fazer sexo oral do outro lado), há salas coletivas. Eu e ela entramos nelas, mas nunca ficamos com mais de um casal. Em geral, a gente sai dali e vai pra cabine. Como os casais são, na maioria, os mesmos, a gente muitas vezes repete a transa com os que a gente sabe que funciona bem. Não tenho prazer em transar apenas com o homem (sem a mulher), a menos que a figura seja feminina (travesti). Hoje em dia, as pessoas preferem ir a esses eventos do que em casas de swing, por questão de confiança. Embora em qualquer lugar, a gente só transe com camisinha." (Gustavo, 42, servidor público, São José dos Campos)

"Sempre gostei de fio terra, antes mesmo de me casar. Com o tempo fui evoluindo. Já fui comido por cinta, pau de verdade e pela mão da Lia. A cinta não funciona com a gente porque, pelo menos a que nós temos, é equipada com dois pinos (que entram na vagina e no ânus dela) e um pênis (no meu ânus). Acontece que, se os dois mexem ao mesmo tempo, desanda tudo, e os pinos saem do lugar. Eu e ela nos conhecemos há 12 anos em um chat de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) na Internet. Não temos interesse em casar um com outro e ao mesmo tempo nunca nos separamos — somos extremamente identificados. Costumamos frequentar festas fechadas, mas também clubes de sadomasoquismo, desde os mais litúrgicos (que seguem todas as regras da prática) até os mais liberais. A Lia é mais exibida, topa qualquer coisa por uma boa cena. Somos uma dupla conhecida nesse meio. Nunca deixamos de ir a uma festa do projeto Luxúria, por exemplo, que acontece uma vez por mês em uma sauna alugada na Rua Aurora. E vamos paramentados, roupa de couro, bota, chicote. No dia 21, quem convida para a festa sou eu. Aluguei uma suíte de motel e chamei os amigos para me homenagear." (Adalberto, 60, é aposentado)

Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.