Louca por seguidores, a racista Day McCarthy é uma típica "socialike"
Para aumentar o número de seguidores nas redes sociais, elas são capazes de tudo: ataques racistas, grosserias, molecagens, fotos exibindo "looks" impensáveis ou joias descomunais. Por vezes, a sacola de uma grife cara é mais importante que o rosto na foto. Como ninguém sabe como classificar essas pessoas, resolveram que elas são socialites. O mais certo seria chamá-las de "socialikes", dada a ambição com que perseguem audiência.
Day McCarthy, que no último fim de semana promoveu ataques racistas à filha de Bruno Galiasso e Giovanna Ewbank, tornou-se a personificação máxima da categoria. Brasileira radicada nos Estados Unidos, ela se diz escritora, afirma que estudou na New York Film Academy e na Universidade Harvard, mas o que há de certo, segundo o UOL apurou, é que Day foi aluna de um curso supletivo no Grajaú, zona norte do Rio, e não chegou a se formar.
No desespero por likes, Day, batizada Dayane Alcantara Couto de Andrade, afirmou ainda no fim de semana que a cantora Anitta é usuária de cocaína. Em outubro, já havia comparado Rafaela Justus, filha de Ticiane Pinheiro e Roberto Justus, ao personagem Chucky, dos filmes "Brinquedo Assassino".
Frívolas e exclusivistas
O termo socialite foi criado no começo do século passado pela revista norte-americana Time, para designar colunáveis endinheiradas, em geral envolvidas com trabalhos filantrópicos. Apesar das alegadas boas intenções com os menos favorecidos, elas eram pessoas frívolas, exclusivistas e até racistas, mas não faziam questão de gritar isso para o mundo ouvir.
Segundo cálculos da ferramenta Crowdtangle, Day teve um upgrade de 153 mil seguidores de domingo para segunda feira. Passou de 556 mil para 713 mil. O blog não conseguiu falar com a socialike. O jornal O Globo divulgou ontem que nem a família de Day sabe de seu paradeiro, depois do boom provocado por suas declarações.
Day McCarthy não está sozinha em sua sede de audiência. Embora não tenham chegado a tal extremo de incorreção política, outras caçadoras de likes se tornaram famosas pela exposição a qualquer custo.
- Narcisa Tamborindeguy (336 mil seguidores) é o paradigma supremo da categoria. Autora das obras "Ai, que Loucura" e "Ai, que absurdo", Narcisa já explorava seu talento bem antes de o facebook e o Instagram existirem. Agora, com os dois, ela deslanchou. Atingiu o apogeu em uma entrevista feita com a curadora de uma exposição de arte em uma galeria de Londres.
- A estilista multimilionária Andressa Salomone (45 mil seguidores) promoveu recentemente um desfile de suas criações que durou intermináveis 20 minutos. Mas houve uma boa justificativa. Ela apresentou peças para as quatro estações do ano. A produção fez chover e até nevar. Tida como a maior consumidora de luxo do Brasil, Salomone é paparicada por uma legião de interesseiros. Os representantes das marcas importadas oferecem apresentações pocket só para ela, a mãe e a irmã. As editoras de moda, sempre precisadas de uma forcinha, colocam as criações de Andressa Salomone nas revistas e elogiam seu "frescor" e sua "moda cheia de personalidade".
- Em seu "blog de moda", Caroline Carvalho (300 mil seguidores) se apresenta como Brazilian Digital Influencer – Fashion&Fitness. De fato, ela tem uma invejável audiência. O segredo pode estar na coragem de ser ela mesma — e postar o resultado nas redes sociais.
- A decolagem midiática da empresária Marlene Nicolau ( 26 mil seguidores) aconteceu em 2011, quando ela começou a namorar o playboy remanescente Chiquinho Scarpa. Na ocasião, Nicolau contratou os serviços do assessor de imprensa Paulo Sanseverino, que passou a organizar sua movimentada agenda social. "A Marlene, como pessoa, é um ser humano fantástico", disse Sanseverino. "Trata o faxineiro e o diretor executivo da empresa do mesmo jeito. E, apesar de estar sempre impecável, não é uma empresária perua. Só pega o helicóptero quando está atrasada no trabalho." O namoro com Chiquinho acabou, mas o relacionamento com o Instagram nunca esteve tão firme.
- Casada com um executivo rico, Silvia Bonfiglioli (13 mil seguidores) ficou famosa pelas fotos que posta no Instagram. Tem coleção de bolsas, de sapatos, de roupas, mas não se pode jamais dizer que comprou só por comprar. Comprou para posar (justiça seja feita, às vezes posa sem roupa também). Tem até um profissional para ajudá-la a usar os filtros certos nas fotos que publica. Em entrevista ao jornalista João Batista Jr., da revista Veja SP, Bonfiglioli disse que seu sonho é trabalhar na Globo. "Daria uma ótima humorista." Como discordar?
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