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Em palestra sobre o futuro da educação no Brasil, FHC lembra mais do passado da formação lá fora

Paulo Sampaio

03/05/2017 12h17

Fernando Henrique Cardoso e José Ernesto Bologna (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

Entrevistado pelo psicólogo José Ernesto Bologna, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi a atração na festa de lançamento de uma escola internacional bilíngue em Higienópolis, na região central de São Paulo.  Com capacidade para 550 alunos, a escola fica em uma área tombada pelo patrimônio histórico e tem mensalidades em torno dos R$ 5,5 mil. Seu governing body (administrador), Michel Lam, afirma: "Formaremos alunos com potencial para assumir vagas nas melhores universidades do mundo, como Harvard e Stanford". A palestra de FHC era sobre "O Futuro da Educação no Brasil".

"A escola particular é uma tradição em todos os países. Precisamos também ter pessoas capazes de entender as diversas mentalidades mundo afora", esclareceu.

Quem sobrará

Antes da palestra, FHC falou aos repórteres sobre a enxurrada de delações premiadas que ameaçam políticos de todos os partidos. "Vai sobrar quem conseguir se manter de pé", acredita ele. "Precisamos confiar na Justiça. E esperar que ela seja rápida, hahahahahaha."

"Que Deus o Ilumine"

Assim que chegou ao Bufê França, para a festa, o ex-presidente foi abraçado por duas senhoras que vieram de Ibiúna (a 70km da capital) especialmente para vê-lo: "Que Deus o ilumine!", diz dona Terezinha Falci, 80, com os olhos cheios d'água. A irmã dela, dona Yole Falci, 73, mãe do prefeito da cidade, agradece o PSDB por tudo o que seus políticos fizeram pela comunidade. "O Fernando Henrique nos ajudou demais… O José Serra também."

Alguém ali perto diz que dona Yole agora pode retribuir tudo o que Serra fez por Ibiúna, pedindo a Deus que o livre da operação Lava Jato. De acordo com delação de executivos da empreiteira Odebrecht, ele teria recebido R$ 23 milhões em caixa 2 na campanha de 2010. Dona Yole faz uma expressão de desentendida. Recosta o rosto na lapela de FHC.

O que faz a diferença

Sentaram o professor — como o ex-presidente foi chamado naquele contexto —  ao lado do secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pêsares. De acordo com a assessoria, o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, também era esperado.

A organização do evento passou um vídeo com imagens da escola, crianças brincando, as salas de aula, a biblioteca. O mote da instituição foi repetido por Michel Lam: "O que faz a diferença na nossa vida é a diferença que a nossa vida faz na vida dos outros." Um professor falou das intenções da escola, em inglês.

Fernando Henrique foi no embalo. Disse que, na época dele, o forte era o francês, e que ele ficou muito envergonhado quando ainda garoto foi convocado a recitar naquela língua, no fim do ano, vestido de marinheiro.

Era uma vez

Durante a palestra, em diversas citações, ele mostrou a importância de "ter pessoas capazes de entender as diversas mentalidades mundo afora".

"Uma vez eu estava nos Estados Unidos, em Princeton, num instituto de estudos avançados em matemática, física pura e ciências sociais e fiquei abismado de ver…"

"Uma vez eu era professor na França, na Universidade de Paris, e me chamaram para assistir ao debate de um grande pensador chamado Marcuse…

"Uma vez eu estava nos EUA, em Berkeley… A escola pública lá era boa…."

A palestra de FHC era sobre "O Futuro da Educação no Brasil", mas ele acabou falando bastante sobre o passado da educação fora…

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Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.