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Janaina Paschoal defende quebra de sigilo em caso Flávio Bolsonaro

Paulo Sampaio

19/01/2019 16h33

Janaina Paschoal em seu escritório, em São Paulo (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

Uma das maiores apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) disse hoje ao blog que é a favor da quebra de sigilo na investigação de movimentações bancárias suspeitas envolvendo o filho mais velho de Bolsonaro, Flávio, eleito senador pelo Rio.  "Não temos acesso à íntegra das investigações, seja com relação ao deputado/senador Flávio, seja com relação aos demais deputados estaduais do Rio. Defendo que seja derrubado sigilo, para que possamos compreender a totalidade."

Em um relatório de movimentações atípicas na conta de Flávio Bolsonaro, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. A informação foi ao ar na edição de ontem do Jornal Nacional, da TV Globo. Na de anteontem, o telejornal já havia revelado que Bolsonaro recebeu em um mês R$ 96 mil em dinheiro, em depósitos feitos no autoatendimento da agência que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre junho e julho de 2017, foram realizados 48 depósitos, cada um no valor de R$ 2 mil.

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Deputada mais votada da história do país, com 2 milhões de votos, Janaína sempre garantiu a seu eleitorado que o governo de Jair Bolsonaro colocaria um fim na corrupção que ela atribui ao governo do PT. "Com relação aos depósitos noticiados ontem, precisamos dar o benefício da dúvida e aguardar os esclarecimentos", diz. "Quero crer que virão."

Estamos em guerra

Em seu canal no Youtube, a deputada federal Joice Hasselmann, outra árdua defensora da lisura do governo Bolsonaro, disse que tem "plena confiança no Flávio". "A gente está em uma guerra, todos os canhões querem ver esse novo governo, essa nova turma que está aí, se estrepar. Eu não vou entrar nessa pilha em cima do Flávio", afirmou.

Joice pediu a seus seguidores "cautela para não sair por aí arrancando o fígado de ninguém". "Estão tentando fazer confusão para atingir o filho do presidente, e o próprio presidente." Contudo, afirmou, "continuo terminantemente contra o foro privilegiado". "Seja de quem for: da Joice, do Flávio, do Jair…"

Ela apontou um "erro" na investigação: "Não está célere."

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Apoiadoras em silêncio

O blog acessou páginas de apoiadoras de Jair Bolsonaro nas redes sociais, para saber qual tinha sido a reação delas em relação ao caso Flávio Bolsonaro. Enviamos mensagens às administradoras das páginas, mas só o "Mulheres do Brasil com Bolsonaro", que tem 22 mil seguidores, respondeu: "O Brasil vai ser resgatado. É a nossa onda verde e amarela."

O "Mulheres com Bolsonaro", com 70 mil seguidores, e o "Mulheres com Bolsonaro #17", com 119 mil, não responderam até a publicação deste post.

A culpa é da oposição

Um dos mais importantes cabos eleitorais de Jair Bolsonaro entre a jovem elite de São Paulo, a diretora de projetos do Fundo Social do Governo, Pietra Bertolazzi, 32 anos, acredita que "a oposição está tentando recriminar o Bolsonaro de qualquer forma, e como não acharam nada tão relevante, o estão crucificando pelo filho". "Como se ele  (Jair Bolsonaro) fosse responsável pelos erros de um marmanjo de 40 e tantos anos. Os respingos dos erros do Flávio obviamente cairão sobre o pai, nosso presidente, afinal é o que a mídia esquerdista quer", acha.

Pietra defende que se deve "cobrar e punir o que for comprovado". "Mas devemos entender que estamos todos no mesmo barco."

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Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.