Grupo gay do PSDB desaprova João Dória por dar apoio a Bolsonaro
Além de ficar a ver navios quando foi ao Rio para dar apoio a Jair Bolsonaro, no feriado, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Dória Jr., ainda está enfrentando a desaprovação do grupo LGBT de seu partido, a Diversidade Tucana, por ter ido atrás de um político "homofóbico, fascista e autoritário". "Nosso posicionamento é de veto a Bolsonaro", diz o prefeito de Lins (SP), Edgar Souza, porta-voz do secretariado LGBT do PSDB.
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#Elenão tucano
Na véspera da tentativa de Doria de visitar Bolsonaro, a Diversidade Tucana havia soltado uma nota oficial em que declarava sua neutralidade no 2º turno das eleições, e manifestava seu "Ele não!" a Bolsonaro: "O candidato (do PSL) expôs largamente, ao longo de 30 anos de vida pública, seu desrespeito para com a população LGBT, tendo várias vezes estimulado a violência contra esse segmento da população", diz a nota (leia abaixo na íntegra). Ao que tudo indica, João Doria não tomou conhecimento, ou desprezou o comunicado. "Ele (Doria) cometeu um equívoco (procurando Bolsonaro)", acredita Edgar Souza, "mas ninguém pode impedi-lo".
Souza diz que procurou lideranças do PSDB em São Paulo, a fim de insistir para que eles adotem no estado a mesma neutralidade da executiva nacional do partido: "Falamos com o Bruno Covas, com o José Anibal, estamos brigando para que haja oposicão aos dois candidatos." O blog apurou que já há lideranças tucanas optando por votar em Fernando Haddad, como manifestação crítica ou de rejeição a Bolsonaro.
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Bolsonaro mentiroso
Em seu veto categórico a Bolsonaro, Souza cita o famigerado "kit gay": "Gostaria que você (repórter) colocasse isso no texto, com essas palavras: nós apoiamos o material pedagógico 'caderno contra a homofobia', que foi pejorativamente, levianamente, chamado de kit gay pela bancada fundamentalista da Câmara dos Deputados, da qual o sr. Bolsonaro fazia parte. Ele mente quando fala que é voltado para crianças. É um material importante na formação de professores. Havia algumas atividades para alunos do ensino médio, se a escola achasse importante. O material ensina respeito às diferenças."
Embora se oponha aos dois candidatos do segundo turno, Souza afirma que o secretariado não assume o voto "nulo" ou "em branco" como sendo de todo o secretariado LGBT. "Os integrantes da diversidade devem seguir sua consciência, votar em quem quiser, inclusive em Haddad, se acharem que assim evitarão Bolsonaro. Mas não temos ilusão em relação ao PT, nem ingenuidade. A história mostra que nenhum dos dois candidatos é aceitável."
Pelo voto nulo
Por sua vez, a presidente da executiva estadual da Diversidade Tucana, Gleuda Tenório, declara que o grupo paulista defende o voto "nulo". Eles também lançaram uma nota oficial, mais ou menos na mesma linha da assinada pela nacional. "Não pactuamos com regimes populistas, fascistas, autoritários, antidemocráticos", informa o comunicado. Porém, como lembra Gleuda, a nota estadual "não fala em veto" a Bolsonaro. "Isso posto, não apoiamos nem concordamos com a manifestação do candidato Dória, que não foi em consonância com o que pensamos."
Procurado pelo blog, João Dória mandou uma declaração por intermédio de sua assessoria. "O candidato ressalta que não apoia nenhum tipo de discriminação."
Para Souza, "quem é contra a discriminação, deveria ser contra o discriminador". Apesar do contrassenso, o porta-voz da Diversidade Tucana defende o candidato do PSDB: "Fazemos campanha porque acreditamos que ele tem o melhor programa de governo para São Paulo".
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