Fazendeiro acusado de matar mulher tem júri adiado pela 7ª vez
Paulo Sampaio
09/02/2018 05h00
O julgamento do agropecuarista Mauro Janene Costa, acusado de esganar até a morte e jogar do 12º andar a professora Maria Estela Pacheco, foi adiado do dia 22 de fevereiro para 22 de março. Estela tinha 35 anos em 2000, quando foi encontrada morta no jardim do prédio onde Janene morava, em Londrina, a 390 km de Curitiba. É a sétima vez, em 17 anos, que a defesa consegue protelar o júri.
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Mauro Janene Costa (esq.) é acusado de esganar até a morte e jogar Estela Pacheco (dir) pela janela (Foto: arquivo pessoal)
No final de janeiro, a advogada de Janene, Gabriela Roberta Silva, pediu a suspensão do julgamento, alegando que está grávida e enfrenta uma gestação delicada. O juiz Luiz Carlos Fortes Bittencourt indeferiu o pedido, afirmando que "a legislação prevê alternativas para este tipo de situação, como o subestabelecimento com ou sem reserva de poderes a outro defensor". "Mesmo que se trate de uma situação supostamente grave e excepcional, não é razoável adiar a sessão mais uma vez", escreveu Bittencourt.
Contudo, Silva recorreu da decisão do juiz e conseguiu no Tribunal de Justiça do Paraná uma liminar. O TJ considerou que, por uma questão de cautela, seria melhor suspender o júri. A juíza substituta, Michelle Delezuc, manteve a decisão do TJ, mas ato-contínuo marcou o novo júri para 22 de março. Delezuc criticou a "conduta processual insistente e protelatória da defesa, buscando esquivar o réu da aplicação da lei penal": "Ressalte-se, mais uma vez, que não é razoável adiar o julgamento do réu Mauro Janene por tempo indeterminado."
A juíza determinou ainda que, caso Gabriela Roberta Silva não esteja em condição de atuar na data prevista, Janene "poderá escolher outro profissional para defendê-lo".
De família rica, Janene é neto de Abdelkarim Janene, considerado no passado um dos maiores pecuaristas do estado, e sobrinho de Jamil Janene, ex-presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP). O ex-deputado José Janene (PP-PR), apontado como pivô dos escândalos do mensalão e do petrolão, era seu primo. Em 17 anos, o agropecuarista ficou preso por apenas cinco dias.
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Sobre o autor
Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.