Filha de Elize Matsunaga pode perder nome da mãe na certidão de nascimento
O sobrenome "Araújo" pode vir a ser retirado da certidão de nascimento da filha de seis anos de Elize Matsunaga. Acusada em 2012 de matar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, Elize foi condenada em 2016 a 19 anos e 11 meses de prisão por homicídio sem possibilidade de defesa da vítima, destruição e ocultação do cadáver.
Logo depois do crime, a família de Marcos Matsunaga entrou com uma ação de retificação de registro civil, alegando que o uso do sobrenome de Elize poderia levar à associação com o crime e trazer problemas no convívio social para a menina. Na ocasião, a advogada de Elize, Juliana Santoro, conseguiu suspender a ação, mas este mês (quase seis anos depois) a Justiça determinou seu prosseguimento.
Corre em segredo de Justiça.
Para a advogada de Elize, "esta ação não faz o menor sentido". "Primeiro, porque o crime está muito mais ligado ao sobrenome Matsunaga. Se você colocar no Google, vai ver. Nem minha cliente é conhecida como Elize Araújo. Segundo, eu não conheço lei que estabeleça, nessa situação, a possibilidade de alterar o nome da pessoa na certidão de nascimento. Não tem como o juiz autorizar isso."
Leia também:
- Família de vítima se revolta com adiamento do júri do empresário Sérgio Nahas, após 15 anos
- Fazendeiro é condenado a 11 anos por jogar mulher pela janela
- Irmã de Mércia Nakashima: "Não consigo mais chorar quando alguém morre"
De acordo com o professor de direito civil da PUC Silvio Ferreira da Rocha, "não há previsão legal de alteração do nome da criança na certidão de nascimento": "É uma decisão complicada, muito abstrata. Em casos excepcionais, quando a pessoa já é adulta, ela pode requerer a alteração. Há decisões do Superior Tribunal de Justiça nesse sentido. Mas isso quando se tem a alegação de abandono moral ou material do pai, e mesmo assim se ficar provado que a situação traz muito desconforto para a pessoa."
A defesa afirma que, quando pediu a suspensão da ação de retificação de registo civil, conseguiu o que pretendia: "Meu objetivo era manter a ação suspensa até o júri, porque ali seriam esclarecidas as circunstâncias (do crime). Ficou provado que minha cliente sofria violência doméstica, que era ameaçada pelo marido e que ele mantinha 33 armas espalhadas pelo apartamento onde o casal vivia com a criança. Ou seja, que ele não era tão coitado. Conseguimos ainda afastar a qualificadora motivo futil (crime por dinheiro), o que significa que não seria razoável afirmar que ela foi uma assassina fria e obstinada", diz a advogada de Elize.
É possível que a ação seja julgada ainda esse ano. A defesa diz que vai usar todos os recursos disponíveis."Podemos ir até Brasília, apelar nos tribunais superiores."
Procurado, o advogado da família Matsunaga não quis se manifestar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.