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Paulo Sampaio

Em carta, militantes LGBTT fazem pedido a prefeito de SP, mas são ignorados

Paulo Sampaio

10/08/2018 04h00

Movimento LGBT reclama de falta de atitude do prefeito Bruno Covas 

Representantes de mais de 20 entidades de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros enviaram ao prefeito Bruno Covas uma carta protocolada, cobrando dele uma postura em relação à substituição do coordenador de Política LGBTT na secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Ivan Inácio Batista, pelo ativista Marcos Freitas. Ao blog, os signatários da carta contaram que já haviam mandado a Covas mensagens por e-mail e WhatsApp, "mas o prefeito ignorou".

A secretária Eloísa Arruda teria decidido afastar Batista da coordenadoria depois de receber reiteradas queixas das entidades LGBTT ao trabalho dele. O prefeito insistiu na permanência de Batista. Eloísa manteve a nomeação de Marcos. Acabou ela mesma sendo exonerada.

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A Carta

Nós, do Movimento Social Organizado, viemos a público manifestar nosso apoio pela escolha do ativista Marcos Freitas como Coordenador de Políticas LGBTI, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e também manifestar a nossa indignação com o machismo e a falta de respeito contra uma autoridade constituída por uma mulher, Dra. Eloísa Arruda, sendo atropelada em detrimento de um grupo minoritário e sem representatividade no movimento social.

Também repudiamos a forma na qual fomos ignorados pelo Sr. Prefeito Bruno Covas, não dando devolutiva ao nosso pedido, enviado para o email pessoal e institucional do Sr. Prefeito, comunicação que também foi enviada por aplicativo de mensagem e protocolada na Prefeitura de São Paulo.

Somos contrários ao retorno do antigo coordenador, por acreditarmos que é primordial que os diálogos entre a Coordenação e a sociedade civil sejam constantes e, infelizmente, nos dois anos anteriores essa comunicação foi prejudicada em diversos momentos em razão da ingerência por parte do órgão público municipal durante processos de construção coletiva que caberiam à sociedade civil definir e não à Coordenadoria.

Acreditamos que a escolha do novo coordenador é assertiva por ser um nome que não atua apenas nas esferas partidárias, mas também no Movimento Social. O novo coordenador passou pelo Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, sendo o segundo mais votado do Estado e construiu uma militância suprapartidária em diversos espaços coletivos do Movimento LGBT.

As entidades e coletivos suprapartidários e apartidários que assinam conjuntamente esta carta, solicitam ao Prefeito Bruno Covas uma audiência para tratarmos de pautas coletivas do Movimento e assim inaugurarmos um período de diálogos permanentes e não autoritários com a Prefeitura de São Paulo.

ABRAFH – Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas
Associação Mães pela Diversidade
APOGLBT SP – Associação da Parada do Orgulho LGBT
Clovis Casemiro – Coordenador da Associação Internacional de Turismo LGBT – IGLTA
Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência
Consulado das Famílias
Diversa Cultura e Arte – DAC
Família Braction
Família d' Matthah
Família Durell SP
Família Mad Queen
Família Mó chavão
Família Smorffets
Família Stronger
GADVS – Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero
GAMES (Government Affairs, Media, Entrepreneurs & Supporters)
Grupo Pela Vidda São Paulo
IBRAT – Instituto Brasileiro de Transmasculinidades
Instituto Omindaré
Ivone de Oliveira – Blog Gata de Rodas
ONG Banda do Fuxico
Matheus – Portal Menino Gay
Pedra no Sapato
Salete Campari
Heitor Werneck

 

Sobre o autor

Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.